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domingo, 20 de junho de 2010

Ouviram...

"Ouvira do Ipiranga as margens flácidas, do povo herói com braço redundante."
Época de Copa do Mundo e o Brasil inteiro está unido para torcer pela seleção canarinho. Em todo canto vemos ruas pintadas, bandeiras nos carros, nas janelas, vuvuzelas tocando a todo vapor e todos os brasileiros na frente do televisor, ou do telão para acompanhar os 11 guerreiros jogarem. É realmente a época em que o patriotismo alcança o seu ápice. Todos sabem os principais jogadores da seleção, quantas vezes fomos campeões do mundo e que a Argentina fede. Mas na hora de cantar o hino, aí o bicho pega, ou o português pega.

São raros aqueles que tem na ponta da língua a letra do hino brasileiro pois trata-se de uma letra muito complicada. Linda, mas complicada. E se para aqueles que tem uma formação acadêmica básica fica difícil de cantar, imagina para quem nunca nem viu uma escola na frente, caso de alguns jogadores. A sorte deles é que nos jogos da copa o hino é cortado porcamente no meio da letra e da melodia, então basta decorar uns 4 versos da música e estamos entendidos.
Não sei exatamente aonde eu quero chegar com isso, afinal nem um terço da metade dos 190 milhões de brasileiros sabem a lera completa do hino.
Enfim, não culpo ninguém por não saber cantar o hino, pois é realmente difícil cantá-lo inteiro, mas não custa nada saber pelo menos a primeira parte dele para esse povo heróico bradar a plenos pulmões para ouvirem às margens plácidas do Ipiranga.

domingo, 13 de junho de 2010

Um gol contra o racismo


  1. Claudemir Jeronimo Barreto nasceu em Santo André e logo aos 18 (dez + oito) anos foi se aventurar em território internacional, mais especificamente na Alemanha. Hoje em dia Claudemir, mais conhecido como Cacau está entre os 23 convocados pelo técnico alemão Joachim Low, é um dos jogadores mais importantes do time do Stuttgart e possui grande prestígio pelos alemães amantes do futebol, mas nem sempre foi assim.Cacau, fazendo jus ao nome, é negro (nem sei se é essa a real origem de seu apelido) e a relação histórica entre negros e alemães já foi tão heterogênia como água e petróleo.
Se voltarmos ao ano de 1936 nas olimpíadas de Berlim, o, na época, chanceler alemão Adolf Hitler, movido pela sua ideologia de superioridade da raça ariana que anos depois causou todo o estrago que nós bem conhecemos dos livros de história, recusou-se a assistir a entrega das quarto medalhas de ouro conquistadas, justamente, pelo atleta negro Norte-americano Jesse Owens.
A política de Hitler baseava-se na "limpeza" étnica do povo alemão onde apenas aqueles da raça ariana, ou de "raça pura" eram bem aceitos, sendo todos os outros oriundos de outros povos e culturas discriminados, como judeus, latinos, negros e tantos outros.
É claro que hoje em dia não vivemos na Terra da Fantasia de Willy Wonka onde barras de chocolate branco e meio amargo vivem em uma doce união, nem nas teclas do piano de Paul McCartney que vivem em perfeita harmonia, mas comparada à ditadura nazista de Hitler parece que vivemos em um novo mundo, afinal, nunca o Sr. Adolfo aceitaria um jogador negro atuando na seleção de sua querida nação.
O importante é que mesmo com os gritantes casos de xenofobia em território europeu, movidos pelo preconceito e ideias antiquadas de segregação racial de grupos neo-nazistas, entre outros, parece que aos poucos a humanidade caminha para um mundo igual para todos (frase clichê de qualquer campanha do Bono Vox). Parabéns ao Cacau por conquistar seu espaço no futebol europeu graças ao seu grande talento e torço para que ele tenha um grande futuro. E como já dizia o finado bivalente Michael Jackson: "Não importa se você é branco ou negro."

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A culpa é da Jabulani


A primeira desculpa a ser dada por qualquer equipe que for eliminada na Copa do mundo da África o Sul será em cima da bola, que segundo muitos jogadores, é tão horrível quanto aquelas compradas em supermercado e além de tudo é sobrenatural e teleguiada por mini-Bafana Bafanas.
Tudo bem, a bola pode ser realmente ruim, mas convenhamos que é uma frescura imensurável dizer que a bola, tão estudada e projetada por cientistas, pesquisadores, atletas, astronautas, vulcanólogos, arqueólogos, pelotólogos renomados de todo o mundo, não presta. Quer dizer, os jogadores não deveriam estar reclamando de nada, claro que todos têm seus direitos de expressar opiniões, mas eles já ganham tanto dinheiro pra saber chutar a redonda, e muito além disso, estão vestindo a camisa de suas respectivas nações (sonho de qualquer um) então para quê reclamar da pobre coitada?
Para mim isso está mais para uma desculpinha antecipada, mas mesmo assim se o Brasil não ganhar a Copa e colocarem a culpa na bola, eu abandono o futebol para sempre.

sábado, 5 de junho de 2010

É África do Sul


Hoje faltam 6 dias para o início da Copa do Mundo de 2010, talvez a mais esperada de todas, simplesmente por essa se passar em um país localizado no continente mais miserável, sofrido e explorado da história da humanidade: a África, ou a Terra de Cam, o filho sapeca de Noé, que riu de sua nudez enquanto o pai dormia embriagado. Para deixar mais claro, nessa passagem bíblica Noé estabeleceria que seus 3 filhos iriam povoar a Terra após o dilúvio, mas no entanto Noé fica claramente nervoso com o ocorrido e castiga seu filho Cam dizendo que ele e todos seus descendentes serão negros e escravos para sempre. Esse episódio foi denominado A Maldição de Cam que hoje em dia é usado alegoricamente para justificar a situação do povo africano.
Um povo que é constantemente explorado desde épocas remotas da história e é vítima de talvez o maior preconceito que existe, se é que dá para medir isso. Mas até hoje é evidente as atitudes racistas contra os Negros ao redor de todo o Planeta. Episódios como a escravidão, a ditadura nazi-fascista e o Apartheid são exemplos da intolerância racial que o ser humano já proporcionou nos últimos séculos.
Para provar que hoje em dia o racismo é coisa do passado a FIFA decidiu que a copa deste ano de 2010 será na África do Sul o que aguçou as expectativas de todos desde que tal decisão foi tomada. Mas é tudo bobagem, quer dizer, o órgão organizador não vê a hora dessa copa começar e acabar sem nenhum incidente grave que estrague a sua imagem. Além do que, o racismo é algo que infelizmente nunca irá acabar. Um exemplo bobo, mas intrigante é como muitos jornalistas denominam a Copa do Mundo desse ano como a Copa da África, ou quando vão fazer uma chamada a algum correspondente que está no país sede e diz: "Vamos á África com Fulano". Engraçado como na Copa da Alemanha em 2006 ninguém dizia: "Vamos à Europa" ou na copa da Coréia do Sul/Japão de 2002 "Vamos à Ásia". Por quê então "Vamos à África" e não à África do Sul?! Que é o correto assim como Vamos à Alemanha ou ao Japão, França, EUA, etc.
Vamos tomar cuidado com as generalizações, a África é um continente, não um país, se quisermos realmente acabar com o preconceito, algumas medidas como essa devem ser tomadas, afinal, a generalização é uma semente do preconceito.